sábado, 15 de agosto de 2009

Pasta a la Carbonara

Há tempos não tenho postado receitas aqui, o motivo é simples, não tenho tido tempo de criar nada de novo ou diferente. Tenho comido muita coisa prática e rápida de se fazer e um dos pratos que adoro e tenho feito com frequência é a Pasta a La Carbonara, e para inovar no blog trago não só a receita mas também um video da BBC que mostra de forma simples como fazer à moda tradicional(que é a que eu faço). Ah e também a receita escrita. E não esqueça de harmonizar com um bom vinho Branco. Sugestão: Pinot Grigio.

Ingredientes:
300g de macarrão(spagetthi ou talharim)
150g Bacon ou Pancetta picados.
2 Ovos.
100g de Queijo Parmesão ou Pecorino ralado.
2 dentes de alho picados
Salsinha a gosto
Pimenta do Reino a gosto
Modo de Fazer:
Sem adicionar óleo na frigideira, frite o bacon, mas não deixe torrar (apenas doure) ele deve ficar suculento, a gordura do bacon faz tudo, acrescente o alho. Cozinhe o macarrão seguindo as instruções do fabricante e assim que estiver cozido acrescente a massa ao bacon e adicione uma a duas conchas da água do cozimento do macarrão. Quebre os ovos em uma tigela e bata-os, depois adicione a macarrão, acrescente o queijo e a pimenta e misture tudo. Bom Apetite

sábado, 8 de agosto de 2009

Melhores Destino do Vinho segundo Revista Forbes

À medida que as vinícolas ao redor do mundo diversificam os serviços oferecidos, o turismo do vinho desponta como um das áreas mais promissoras e prósperas do universo dos negócios. Ciente disso, a revista americana Forbes, especializada em finanças, publicou recentemente a lista dos 10 melhores destinos (destagando sempre as vinícola) para os turistas que viajam o mundo em busca de vinhos. Elaborada por George Taber, a reportagem intitulada "A busca por Baco: Descobertas no Mundo Maravilhoso do Vinho", revela a seguinte classificação:

1° - Castello Banfi, Toscana, Itália
Inaugurada por um importador norte-americano, a vinícola Banfi é uma das mais belas da Toscana, além de contar com um suntuoso castelo e ótimos restaurantes.

2. Montes, Vale do Colchagua, no Chile
Montes está entre as mais famosas vinícolas chilenas, ainda assim, garante a revista, não perdeu a excentricidade. "É o único lugar do mundo que conheço onde as uvas são maturadas com cantos gregorianos sendo entoados ao fundo.

3. Ken Forrester, Stellenbosch, África do Sul
A região de Stellenbosch é considerada uma das mais belas do mundo. O clima é mediterraneo e o cenário se assemelha bastante ao Vale do Napa, na Califórnia. O produtor Ken Forrester passou anos visitando o Vale do Loire antes de aplicar seu conhecimento dentro de casa.

4. Fournier, Mendoza, Argentina
Na Fournier, que fica cerca de 16 quilômetros dos Andes, avista-se a neve da cordilheira ao longo do ano inteiro. A vinícola tem design moderno e está localizada no meio do deserto.

5. Leeuwin Estate, Margaret River, Austrália
Margaret River está mais perto de Cingapura do que de Melbourne, o que significa uma longa viagem. "A bela paisagem com florestas antigas é tão isolada que quase não se encontra pessoas", diz Taber.

6. Felton Road, Central Otago, Nova Zelândia
Relativamente nova no mundo dos vinhos, Central Otago é a região produtora de vinho que fica mais ao sudeste do planeta.

7. Bodegas Ysios, Rioja, Espanha
Famosa por sua arquitetura, a Bodegas Ysios ainda produz ótimos vinhos.

8. Quinta do Portal, Douro Valley, Portugal
Chega-se a essa vinícola depois de dirigir por estradas estreitas. "O hotel da região tem uma vista Linda", nota Taber.

9. Chateau Lynch-Bages, Bordeaux, França
Bordeaux sempre foi famosa por produzir os melhores vinhos do mundo. A região, contudo, não era reconhecida por suas belezas naturais nem, tão pouco, por proporcionar uma experiência turística amigável. O Chateau Lynch-Bages oferece agora um hotel, bons restaurantes e ofertas de compras.

10. Peter Jakob Kuhn Oestrich, Rhein/Mosel, Alemanha
É um dos destinos mais românticos do mundo, com castelos no alto das montanhas e muita hospitalidade. Os vinhos atuais são melhores e mais consistentes do sempre foram.


Fonte: Revista Adega

sábado, 1 de agosto de 2009

Casta Brasileira

Já foi dito, muitas vezes, que realidade e ficção podem se misturar, ou até mesmo trocar de lugar. Ao iniciar uma busca pela casta de uva brasileira por excelência, aquela que melhor represente o país para seus consumidores internos e externos, o que acontece é que realidade e marketing tomam seus lugares logo à frente, tal como sherpas numa expedição ao Himalaia. Abusando da metáfora montanhista, o Brasil talvez ainda não tenha fôlego para tal escalada e sua necessidade de fazê-la seja mínima. “Em vitiviníferas, somos apenas “fetos”. Há somente 50 anos que estamos lidando com estas variedades aqui no país e há pouco mais de 15 que se está fazendo alguma coisa mais séria”, resume Orgalindo Bettú, enólogo- chefe da inovadora Villa Francioni, de Santa Catarina, e um dos proprietários da mini-vinícola Vinhos Bettú, em Garibaldi. Para enólogos, pesquisadores e até mesmo para agrônomos, querer afirmar categoricamente que uma casta já tem potencial para se sobressair no país é um completo exagero. Eles sabem o tempo que se leva para cultivar uvas sadias em terras tão jovens, por tanto tempo cobertas por uvas não viníferas. A ciência, obviamente, se pauta por dados muito mais racionais do que a publicidade, mas não há como dizer que no mercado uma não dependa da outra. No entanto, o próprio Orgalindo Bettú admite que tem conseguido excelentes resultados (no vinhedo e na taça) com a Cabernet Franc, uma casta de origem francesa, um pouco mais leve do que a Cabernet Sauvignon, com toques mais herbáceos e menor acidez. A Cabernet Franc é bastante comum no Vale dos Vinhedos e amadurece antes da Cabernet Sauvignon, um fator positivo para a região. E também parece se adaptar bem a climas mais frios, como a região de São Joaquim, em Santa Catarina. Precipitação não é uma coisa boa em uma indústria que depende dos humores da natureza e da habilidade humana para se distinguir de seus pares. Então, aquilo que a princípio parecia uma grande jogada, pode cobrar um troco muito alto. É o caso do Chile com uma de suas mais emblemáticas uvas da atualidade: a Carmenére. Variedade antiga da região de Bordeaux, ela era considerada extinta até ter sido ‘encontrada’ no Chile, onde encontra-se muito bem adaptada. A história da uva extinta e recuperada também tem um apelo mercadológico inegável, e o vinho com ela produzido, normalmente de corpo médio e intenso aroma de frutos vermelhos, adapta-se bem a muitos paladares. Juntando os dois fatores, conquista-se uma parcela de mercado da qual nenhum produtor é capaz de reclamar. Alguns produtores, entretanto, não criam varietais de Carmenére e investem em uvas mais expressivas e tradicionais no Chile, como a Cabernet Sauvignon, capaz de produzir vinhos mais elegantes. Ainda precisamos ver se a publicidade da Carmenére será efetivamente capaz de aproximar o consumidor dos outros bons vinhos do país.
"O vinho não tem leis absolutas"Marta Agoas. enóloga
“As empresas tendem a investir naquilo que vai dar mais retorno. É uma questão de prioridade para enfrentar a competição”, conta Márcio Marson, Diretor Comercial da Vinhos Marson. Um bom exemplo é o tinto Famiglia da Marson, que começou com a Merlot como coadjuvante da Cabernet Sauvignon, na proporção de 20% para 80%. Hoje, apenas alguns anos depois, a combinação é de 50% e 50%. O que aconteceu é que as últimas safras de Merlot foram muito expressivas, dando ao vinho outras qualidades que o deixaram superior como um todo. Segundo Márcio Marson, a proporção só não é ainda maior por conta do preço.
Embora a Merlot seja uma espécie de consenso no Vale dos Vinhedos – vide os resultados obtidos com o Miolo Terroir e com o Salton Desejo, considerados premium –, e seus resultados pareçam mais estáveis, os grandes produtores costumam dizer que o Brasil não se diferencia dos demais países da América Latina, e até de alguns europeus, por conta de uma casta específica. O que pode diferenciar o Brasil no mercado mundial é seu espumante. “Do ponto de vista técnico-científico, já temos evidências importantes de que a nossa condição é ótima para os espumantes. O nosso solo tem acidez natural, coisa que na Califórnia e na Austrália, por exemplo, tem que ser corrigida quimicamente”, revela Mauro Zanus, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e Diretor de Degustação da ABE (Associação Brasileira de Enologia). Segundo ele, a variedade Riesling Itálico seria sua casta de escolha, se tivesse que escolher apenas uma. Ele considera que sua adaptação ao Brasil é emblemática para a base de nossos espumantes desde a década de 40. Além disso, seu sabor quase neutro, ótimo frescor e frutado suave combinam muito bem com a Chardonnay e com a Pinot Noir, que amadurecem com alto grau de acidez e pouco açúcar em nosso país. Condições ideais para os espumantes de qualidade.
Aliás, qualidade deveria ser a palavra de ordem para a pauta futura do marketing do vinho brasileiro. “A percepção de qualidade depende da concepção físico-química e também da imagem à volta do produto”, completa Mauro Zanus, reconhecendo que a parte intangível dessa percepção é a mais difícil de ser alcançada, principalmente pelo público em geral, onde a propaganda precisa atuar. A escolha de uvas emblemáticas para representar o país esbarra ainda em uma perspectiva histórico-geográfica. Toda a Europa e sua admirável coleção de vinhos e de uvas é somente um pedaço do Brasil em território. Cada país produtor europeu tem terroirs com uvas específicas. As informações sobre essas uvas eram tão pouco importantes, que as legislações de alguns países nem permitiam que elas constassem nos rótulos. Só nos últimos anos, por pressão do Novo Mundo e seu duvidoso apreço por vinhos varietais, é que alguns países europeus estão colocando as castas nos rótulos. “Portugal, por exemplo, é muito nacionalista com seus vinhos. As castas são tradicionais e nas cinco regiões produtoras só há duas castas francesas permitidas. A legislação é antiga e limitadora. O fato do país ser pequeno, e as áreas de produção escassas, também não estimula as tentativas”, explica Marta Agoas, enóloga portuguesa da Dão Sul que trabalha para a ViniBrasil, no Vale do São Francisco. No caso de Portugal, existe ainda um outro fator, e desta vez de mercado: o diferencial dos vinhos portugueses reside, principalmente, em suas castas autóctones e nas combinações aperfeiçoadas ao longo dos séculos. É isso que o consumidor procura e reconhece nos vinhos portugueses. No Brasil, a questão já é diferente. Como nossa indústria de vinhos finos é muito recente, as leis ainda não são impeditivas da experimentação, e muitas possibilidades se abrem para nossos produtos. Mais prudente é aguardar os resultados das pesquisas com as novas castas antes de se aventurar a dizer que só uma delas representa toda a nossa diversidade. “Se é que já se pode falar em tradição no Vale do São Francisco, a uva Shiraz é a que apresenta o melhor resultado até agora. Ainda assim, estou surpresa com a qualidade que a Tempranillo vem desenvolvendo nos últimos tempos”, conta Marta Agoas. Ao se posicionar ao lado de outros países do Novo Mundo, o Brasil tende a querer ter sua Malbec, como tem os argentinos, sua Zinfandel, como tem os americanos, sua Pinotage como os sul-africanos. Mas nesse processo, deixamos de fora uma coisa extremamente importante: “De uma coisa temos certeza, quase todos os grandes e melhores vinhos do mundo são elaborados com mais de uma casta. Às vezes, até seis variedades misturadas. É preciso discernir perfeitamente o que é qualidade e o que é aperfeiçoamento marketeiro”, relembra Orgalindo Bettú. E mesmo aqui no Brasil, alguns de nossos resultados mais marcantes são assemblages, como o nosso tão aclamado espumante. Não se pode esquecer que, se essa discussão já chegou até nós, significa que nossa estrutura cresceu e já estamos prontos para escalarmos o mundo dos vinhos finos, como os sherpas numa expedição ao Pico da Neblina.